Fidelio
Para sua primeira ópera, Christiane Jatahy criou Fidelio – a única ópera de Beethoven – no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em 2015, combinando as performances ao vivo dos cantores no palco com um filme, pré-gravado no impressionante maquinário do teatro.
Fidelio é uma ópera política. Trata da injustiça de manter no cárcere prisioneiros políticos, da mistura das relações pessoais com as relações de poder e da luta de uma mulher para resgatar seu marido desaparecido.
Beethoven estreou essa obra em 1805, poderia ter sido ontem, poderia ter sido hoje. Seguimos vivendo essas mesmas questões 210 anos depois. Montar essa ópera, para além de trazer ao público a beleza estonteante da música de Beethoven, também pode ser uma forma de dizer que não precisamos escrever de novo essa mesma história amanhã. Podemos fazer diferente. Por isso, Fidelio é uma versão contemporânea que se passa hoje, aqui nesse teatro.
(Christiane Jatahy nas notas do programa para as apresentações do TMRDJ)
O Fidelio de Christiane Jatahy se aproxima da crueza da história para abrir espaço para a beleza da música de Beethoven e para a maestria de Isaac Karabtchevsky. O teatro é o cenário da ópera. Como se o teatro fosse uma metáfora do nosso mundo; de luzes e sombras, do que é visto e do que está por debaixo e nunca vemos. Nesse jogo de duplos, do claro para o escuro, entra o cinema que nos conduz para as entranhas da prisão, para dentro das estruturas do palco.
No filme atores fazem os personagens da ópera no filme, para gerar outras visões sobre os personagens dessa história, outras camadas; duplicar, triplicar e se juntar com a imaginação do público na construção desse mundo criado por Beethoven no início do século 19, mas tão próximo do aqui e agora.
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Fidelio
Ópera de Ludwig van Beethoven
Direção musical e regência : Isaac Karabtchevsky
Direção cênica e direção filme : Christiane Jatahy
Solistas
Leonora – Melba Ramos, soprano
Florestan – Martin Homrich, tenor
Rocco – Savio Sperandio, baixo
Pizarro – Sebastian Holecek, baixo-barítono
Don Fernando – Paul Armin Edelmann, baixo
Marzelina – Julie Davies, soprano
Jaquino – Santiago Ballerini, tenor
Coro e Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Direção de Fotografia, Câmera e Montagem
Paulo Camacho
Direção de Arte
Marcelo Lipiani
Figurinos
Antônio Medeiros e Tatiana Rodrigues
Iluminação
Beto Bruel
Elenco
Stella Rabello, Julio Machado, Ricardo Santos e Danilo Grangheia,
Elenco de Apoio
Aléssio Abdon, Bruno Oliveira, Davi Arap, Davi Cunha, Fabrízio Bezerra, Homero Ferreira, Jean Bodin, Marcello Vilar, Rafael Crooz e Raphael Cassou
Assistência de Direção
Fernanda Bond
Assistência de Direção Filme
Barbara Kahane
Produção de Objetos Filme
Paula Vilela
Assistência de Figurinos
Alessandra Padilha
Visagismo Atores
Raphaela Galiza
Assistência de Câmera
Alexandre Mizrahi
Assistência de Edição
Mikair Lopes
Assistência de Iluminação e Operação de Luz
Guinga Ensá
Direção de Palco
Raphael Macedo
Eletricista
Leandro Lopes
Consultoria e Operação de Vídeo
Julio Parente
Assistência de Produção
Marcelo Mucida
Produção Executiva
Paula Rollo
Direção de Produção
Henrique Mariano